O progresso traz benefícios para todos?
A abundância gerou a noção de que o progresso não tem limites, tudo se produz e tudo se pode deitar fora.
Os empresários e os trabalhadores pretendem, na esfera da produção, lucros e salários mais elevados, mas, ao transferirem-se para o estatuto de consumidores, reclamam preços mais baixos, segurança dos produtos e serviços à sua disposição, o controlo dos mecanismos de persuasão para a venda, etc.
Esta cultura do efémero contribuiu para a degradação ambiental: embalagens desperdiçadas, cemitérios de automóveis, rios nauseabundos, etc.
É necessário haver um consumo sustentável ou racional, que suponha muito mais do que trocar um produto prejudicial para o meio ambiente ou para os seres humanos por outro menos nocivo. Nem significa apenas seleccionar os resíduos urbanos, mas sim, questionar o nosso sistema social. É necessário exigirem-se politicas que favoreçam uma real mudança no actual sistema de produção e consumo.
Ninguém duvida que as principais vitimas a sofrer com as consequências da grave deterioração do meio ambiente são os habitantes pobres dos países menos desenvolvidos. São os que não têm automóveis, aparelhos de ar condicionado, provavelmente nem sequer frigoríficos, ou seja, não são eles que contaminam a terra e, não obstante, é sobre eles que recai mais directamente os efeitos das emissões do dióxido de carbono causadoras do aquecimento do planeta e do efeito de estufa.
O custo a pagar pela permanente agressão da natureza é elevado, pois se ela está ameaçada, com ela está ameaçada a própria vida humana. Até a Avaliação Ecossistémica do Milénio feita pela ONU e divulgada em 2005,reconhece que «as actividades humanas estão a mudar fundamentalmente e, em muitos casos, de forma irreversível, a diversidade da vida no planeta».
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